segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Historia do Sumô


Um pouco de história no sumô


A origem do sumô confunde-se com a origem mitológica do Japão. Há uma lenda que nos tempos míticos, os deuses lutavam entre si. O sumô não era apenas um esporte, mas uma forma de prever se as colheitas seriam boas através das intenções dos deuses. Relacionado aos cultos animistas, o sumô manteve a forma e adquiriu regras para se desenvolver, sem perder as características iniciais.


O sumô chegou ao Brasil com os imigrantes no início do século 20. O primeiro campeonato da modalidade realizou-se na colônia de Guatapará, no interior paulista, em 1914. Em 1962, foi criada a Federação Paulista de Sumô, e em 1998, a Confederação Brasileira de Sumô. Em 2000, o Brasil sediou o Campeonato Mundial no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Foi a primeira vez que o torneio foi disputado fora do Japão.


Curiosidade


O sumotori Willian Takahiro Higuchi treina sumô há 16 anos. Campeão brasileiro e atleta da seleção brasileira em dois Mundiais, Higuchi observa que que é notável a presença de não-nikkeis no sumô. "Algumas equipes são formadas exclusivamente por ocidentais. Numa visão ampla, pode-se dizer que se já não são a maioria, são ao menos iguais em número. Uma curiosidade: a seleção brasileira júnior, que participará do Campeonato Mundial Juvenil em Tóquio, é formada por três atletas. Somente o reserva é nikkei", revela.

Dicas - Willian Takahiro Higuchi


Qualquer um pode praticar sumô.


Não há limites físicos, etários ou étnicos. Aquela velha história o lutador obeso não passa de mito, afinal a própria palavra "obeso", remete-nos à idéia de sedentarismo, o que obviamente não se aplica aos atletas. Isso é bem provado quando se observa um treino de sumô, tanto profissional quanto amador.



Para mim, uma das maiores barreiras para a popularização o nosso esporte é esse preconceito.


A mídia teima em passar uma imagem falsa, ignorante e até ofensiva do sumô: como um encontro brutal de massas gordas num espetáculo quase circense (vide o comercial da Kaiser, por exemplo). Ela despreza todo o valor cultural dessa arte milenar que, antes de tudo, é uma das raízes do povo japonês.


Portanto, é contra esse preconceito que convido vocês, jovens nikkeis, a lutarem conosco. Precisamos preservar nossas raízes.



Para praticar sumô basta entrar em contato com qualquer uma das entidades filiadas à Confederação Brasileira de Sumô (CBS).


Temos associações no Pará, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul.


Termos - Willian Takahiro Higuchi


Existem muitos termos usados tanto no Brasil como no Japão:


Tachiai - Por aqui também chamado de "saída", é o momento que os lutadores partem um ao encontro do outro;Mawashi - A faixa utilizada na cintura pelos lutadores;Shikiri - A posição de ataque, largada, início de uma luta;Tawara - O circulo que limita a área de combate dos lutadores;Tirichyozu - O ritual antes da luta que simboliza a luta franca, sem armas.


São quase 100 golpes do sumô, que aparecem bem ilustrados no sitewww.sumo.or.jp, do Nihon


Sumo Kyoukai, que tem sua versão tanto em japonês quanto em inglês.


Saiba um pouco mais sobre as regras

O sumotori Willian Takahiro Higuchi explica algumas das regras, diferenças entre o sumô amador e profissional, as categorias, entre outros.


Categorias


Tanto no masculino como no feminino, a CBS adota a idade como limite das categorias até o juvenil, ou seja, até 19 anos completos. Para os adultos, é por peso.
Mirim (até 13 anos)Infantil (13 a 16 anos)Juvenil (16 a 19 anos)Adulto Leve (85 kg para homens e 65 kg para mulheres)Adulto Médio (85 kg a 115 kg para homens e 65 kg a 85 kg para mulheres) Adulto Pesado (acima da 115 kg para homens e acima e 85 kg para mulheres)Adulto Absoluto (sem limite de peso)


Existem pequenas alterações em torneios regionais e das federações, por conta da tradição. A divisão por peso é algo bastante recente, pois o sumô é tradicionalmente praticado somente na modalidade absoluta, assim como ainda ocorre no Japão.


Sumô profissional (da mais baixa para a mais alta):


Jyono kuchi Jyonidan Sandanmê Makushita Juryô Makuuchi


O Makuuchi é, por sua vez, dividido em:

Maegashira

Komusubi

Sekiwake

Ozeki

Yokozuna

Sumô profissional e amador


As regras são as mesmas, no entanto, elas diferem em alguns detalhes, principalmente nos referentes aos golpes proibidos. No amador, são proibidos o haritê, que é o tapa lateral no rosto do oponente, e o kawazugake, em que um lutador derruba para trás o outro, enroscando sua perna na do oponente de forma inversa. É difícil para nós, brasileiros, admitir a diferença tão grande entre o amadorismo e o profissionalismo que existe no sumô, afinal, não temos nenhum esporte em que ocorra tal discrepância.


O mundo profissional é cheio de tradições e costumes, que mesmo no mundo do japonês moderno é difícil observar, como o maguê (penteado), o yukata (a roupa usada por eles), ou até mesmo as relações pessoais e regras sociais, como a questão da honra, do respeito ao mais velho, a hierarquia, etc.


Cerca de 90% dos lutadores profissionais abandonam a carreira sem chegar ao juryô, categoria que antecede a principal. Chegar a ser yokozuna é uma façanha ainda mais difícil: 0,1%. No entanto, devemos considerar a grande diferença que existe entre o sumô profissional e o amador. O sumô mais praticado no Japão e no mundo é a modalidade amadora, afinal são menos de mil os lutadores profissionais.

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